domingo, 6 de março de 2011

COMENTÁRIOS AO FILME BRUNA SURFISTINHA




Ontem assisti ao filme, ”BRUNA SURFISTINHA” o que me fez lembrar, quando me formei Psicanalista, o tema escolhido para o meu TCCT foi “PROSTITUIÇÃO E A FEMINILIDADE”, pois na época tinha cinco pacientes profissionais do sexo.
Ao analisar esses casos, verifiquei que todos tinham uma relação afetiva frustrada com o pai, cada uma com experiências diferentes, mas com um fundo psicológico igual.
Ou seja, todas eram meninas que vendiam o corpo não só por dinheiro, mas principalmente por um pai que não lhes deu amor, ou se calou mesmo sem saber, aos abusos sexuais ou iniciações sexuais traumáticas, isso fica claro no início do filme, e confirma minha tese, que conjugada a outros fatores resultam em uma viagem de dor e sofrimento, até que algum dia a conscientização as faça mudar de caminho, ao perceber que a prostituição é uma forma que ela encontrou para tomar o poder sobre o próprio corpo.
Existem três alternativas para a formação de um condicionamento involuntário e para as ações que representam a válvula de escape, que determinam a formação de uma garota que se volta para a prostituição, da seguinte forma:
Se ela estabelecer, para outro homem, o mesmo valor de desejo que atribuiu ao pai, terá de ser só uma dama - e não se entregar sexualmente a ele, pois a última coisa que quer perder é o amor. Mas a mulher pode também entender o contrário.
Quando deve superar o desejo pelo pai, sente-se traída e pensa o seguinte: quero todos os homens no lugar de um. 
Então, ela escolhe a outra opção, a da prostituta. Não a prostituição real, mas a entrega para homens desconhecidos.
Na terceira alternativa, quando a mulher lida bem com essa questão edípica, ela não precisa escolher entre os dois papéis. 
Pode amar e, ao mesmo tempo, entregar-se totalmente na relação sexual.
Além dessa ausência paterna, o papel materno na vida de uma menina é de suma relevância, pois já dizia Zimerman: 


“a função materna, tomada em sentido genérico que tanto pode referir-se unicamente à mãe concreta, como a qualquer outra pessoa que, de forma sistemática e profunda venha exercer a função mental materna (Mental - ano III - n. 5 - Barbacena - nov. 2115 - p. 149-151)

Essas mães verdadeiras ou substitutas, no entanto, negligencia sua função materna, o que culmina na retirada dessas meninas do núcleo familiar, como parte da construção simbólica que cada indivíduo possui da inserção familiar.
A análise é justamente a de pensar a possibilidade da prostituição como o caminho escolhido por elas, pois não é forçoso pensar tal escolha “quando a vida é relembrada” e “nenhum olhar mais pousa sob si mesmo”.
Na busca de estar em uma nova família que simbolize um espaço reconhecido, pode restar-lhe apenas a oferta das ruas e do corpo prostituído.
Portanto, faz-se urgente, a conscientização dos indivíduos que assumem papéis de pai e mãe, pois é a forma como a criança sente-se aceita, e como lida com os afetos maternos e paternos, que determinarão o que elas serão no futuro.
Educar é uma responsabilidade enorme, é andar sobre um fio de cabelo, de forma que não se pode andar nem pra lá, nem pra cá, a repressão deve ser equilibrada, para que, tenhamos adultos saudáveis e uma sociedade menos doente.   
Três de minha pacientes reconstruíram suas vidas, constituíram famílias, desenvolveram-se profissionalmente, quanto às outras duas, não tive muitas notícias, mas 75% de resultado positivo é o suficiente para confirmar que a cura pela palavra possui efetividade, e pode ser o caminho para concertar o que muitos pais estragaram, até por ignorância, pois sempre há uma saída.
Quem quiser conhecer um pouco deste mundo de ilusão, assistir o filme é uma boa pedida. 

Por Leila S Ribeiro Uzum

sexta-feira, 4 de março de 2011

DESAFIO DE VIVER EM SOCIEDADE




Viver em sociedade é um desafio porque às vezes ficamos presos a determinadas normas  que nos obrigam a seguir regras limitadoras do nosso ser ou do nosso não-ser... 
Quero dizer com isso que nós temos, no mínimo, duas personalidades: a objetiva, que todos ao nosso redor conhece; e a subjetiva... 
Em alguns momentos, esta se mostra tão misteriosa que se perguntarmos - Quem somos? Não saberemos dizer ao certo!!! 
Agora de uma coisa eu tenho certeza: sempre devemos ser autênticos, as pessoas precisam nos aceitar pelo que somos e não pelo que parecemos ser... Aqui reside o eterno conflito da aparência x essência. E você... O que pensa disso? Que desafio, hein?..... 
Nunca sofra por não ser uma coisa ou por sê-la..." 

(Perto do Coração Selvagem - p.55)


Clarice Lispector

VIVER A VIDA QUE QUER




Para viver a vida que você quer, você deve ser quem você é.

Isso pode soar como um bonito jogo de palavras, mas pense a respeito.
Você pensa seus próprios pensamentos?

Você sonha seus próprios sonhos?

Você determina suas próprias metas?

Ou você os pega emprestados de outros?

Ter mais e mais do que você não quer realmente não lhe trará felicidade.
A vida que você deseja não está em seguir os sonhos de outros, a idéia de outros sobre o melhor lugar para viver, ou a idéia de outros sobre o melhor carro para dirigir.
A verdadeira felicidade e realização requerem que você tenha coragem de ser você mesmo. Existe uma razão para você querer as coisas que quer. São seus anseios, seus desejos que te movem.
Quando você perseguir o que você realmente deseja da vida, então você estará satisfazendo seu conjunto de oportunidades, dando sua própria e especial contribuição, criando valores como só você pode fazer.
Seja você de verdade. Você e o mundo inteiro serão mais ricos com isso.

Quer saber como? Consulte um Psicanalista.