sábado, 24 de setembro de 2011




Este texto teve origem no questionamento de um amigo, faz alguns dias, mas só hoje me coloquei a refletir para responder, achei  ele  interessante, por isso resolvi postá-lo aqui, quem sabe pode esclarecer a mente de muitos  que vivem angustiados e estressados com o sistema trabalha, compra e descarta, impostos pelo consumismo dos nossos dias...

A vida é assim, podemos analisar o mundo, o ser ou a sociedade como fruto dos pensamentos oriundos dos mecanismos inconscientes; ou como frutos do inconsciente coletivo agindo sobre as pessoas, guiados pela mão invisível do sistema econômico em que vivemos.
A verdade é que tudo tem origem em uma ansiedade interna, uma angustia que precisa ser acalmada, uma válvula de escape que precisa ser encontrada.
Nunca pensamos em libertação, nunca pensamos que essa angustia é nosso impulso de morte, e assim temos a compulsão como um mecanismo de defesa, que nos leva a falsa ilusão de possuir a vida.
Essa angustia que está em todos os corações, nasce do medo de não saber de onde viemos, para onde vamos, quem somos e do que trata a vida.
Buscamos freneticamente descobrir o sentido da vida, num desespero sem fim, e ela me parece tão fútil, porque fazemos tantas coisas repetidamente sem saber para quê?
Percebo que as pessoas sentem-se como se fossem um mero acidente, sem uma experiência de significação, pois viver dessa forma, é viver angustiadamente!
Sentimos que dia a dia vamos morrendo, é como se corrêssemos atrás de uma bexiga e nunca a alcançássemos, pois o vento da pressa a afasta de nós.
Assim, não temos tempo, somos engolidos pelo excesso de afazeres, a fim de suprir as necessidades do ter, pois não compreendemos que na verdade essas necessidades são de ser... Geralmente, de ser aceitos, de fazer parte do meio de se sentir importante e por isso amado.
Não foi atoa, que o mestre veio ao mundo trazer a mensagem do  amor, que até hoje não se perpetuou, devido o individualismo alimentado pelo sistema capitalista do ter, que cega pessoas  e impede o indivíduo de encontrar a luz do ser.
Então fogem  de si mesmos, não querem pensar em muitas coisas, principalmente do bicho papão que se esconde dentro do próprio ser...Fogem do bicho imaginário criado pelas crenças erradas, pelos castigos recíprocos e das culpas que dão a sensação de não merecer a vida como presente.
Todos tentam esconder a raiva, o ódio, o ciúme e a inveja, não conseguem ter olhos bons para esses sentimentos, que também nos fazem viver, pois se direcionados para o bem,  irão   impulsionar  a construção, a mudança e as transformações.
Então o ser foge do confronto, cria mecanismos de defesa constantemente, e esta fuga com certeza se manifesta nesse estresse maluco alimentado por um sistema criado pelo homem que o afasta cada vez mais da essência do seu ser.
Permanecer ocupado é fugir de si mesmo, pois fazer nada faz com que a energia subitamente mova-se para dentro de si, então encontrar algo para fazer  o mantém fora, longe do contato com o desconhecido que mora no escuro de si mesmo.
Portanto este é um mecanismo de Defesa que mantém o ser preso,  nas coisas supérfluas do mundo, pois o interior o assusta, e há  uma fuga sem fim, até o dia final... Que se prolongará pela eternidade se não tomar a coragem de iniciar a maior viagem, que podemos fazer a de ir para dentro de si.
O descanso é uma meditação, mas as pessoas se mantém ocupadas e gastam o tempo de vida que tem, por preguiça, vaidade ou ilusão.
Por isso vejo que o mundo está hipnotizado pelo material e visual,  que provoca a sensação falsa de ser importante, de existir e assim de expressar poder numa oportunidade ambiciosa  de tentar ser  Deus,  e assim determinar o amanhã.
É claro que esta análise ainda é superficial poderia gerar uma tese, mas dá uma compreensão de que a angustia do nascimento que carregaremos conosco até os últimos dias de nossas vidas  é responsável pelas formas e maneiras de viver que encontramos.
Assim há um conflito entre espírito e matéria, uma guerra que precisa da alma para apaziguar-se  no encontro consigo mesmo e com Deus, encontro este  que proporciona o ser a gerar vida e vida em abundância.
Um fato que arranca as grades dos olhos, para  que se possa enxergar o bem em tudo e assim viver em harmonia, sem tantos impulsos de morte, mas com muitos impulsos de vida, que constroem a beleza e dão ao indivíduo o maior bem que  ele pode  ter...” A LIBERDADE.”
Esta só é possível quando estamos inteiros para também assumir a responsabilidade de ser livre e ser perspectivo em relação à vida, afinal nada é imutável e a mudança é necessária para o aperfeiçoamento do ser através da experiência que objetiva revelar o AMOR , então será que estamos dispostos a expressar o AMOR?

Por : Leila Sl Ribeiro Uzum

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